Em poucas linhas é impossÃvel descrever por completo a participação na Semana Cultural Brasil-Alemanha SiebenGiebelHof, em Drenkow, Parchim, na Alemanha (www.semanacultural.de).
A comitiva brasileira de dez representantes da Companhia Rheluz e do Núcleo Pensar Filmes (BA) (www.pensarfilmes.com) foi muito bem recebida e auxiliada durante os vinte dias da viagem, que teve uma programação mista, com tour em diferentes cidades, museus e história polÃtica, além de aulas de introdução à lÃngua alemã até a Semana Cultural propriamente dita.
SiebenGiebelHof é uma pequena fazenda localizada entre Berlim e Hamburgo que se dedica à produção de derivados do leite, como queijos, iogurte e quarker e fazem pães selecionados e salsichões. (www.siebengiebelhof.de )
A Semana Cultural foi realizada ao fiel estilo woodstock, no meio da fazenda rodeada de barracas de camping dos participantes que chegaram de toda parte da Alemanha. Cerca de cinqüenta pessoas de todas as gerações, mas, com predominância de moças e rapazes entre 15 e 25 anos de idade. Nós, brasileiros, também ajudávamos em tudo. Na montagem das instalações, na preparação das salas dos workshops, na montagem das barracas dos participantes que chegavam, e ainda fizemos a preparação do palco a céu aberto. Nossas refeições coletivas aconteciam no Café 7, no meio da fazenda, onde acontecem concertos/shows esporadicamente e onde fazÃamos o nosso happy hour. Houve as oficinas de Teatro de Improvisação, com Chady Seubert (www.chadyseubert.de); de Forumtheater, com Mirella Galbiatti e Aki Krishnamurthy (Buenos Aires x Berlim); da técnica de canto Obertonesang, com Jan Heinke (www.overtone.cc/profile/janheinke); de Música Experimental, com Andreas Delor (www.andreas-delor.com); de Dança Moderna, com Simone Erbeck (Munique); de Grafite/Hip Hop, com Benson & Mardy (Berlim); e percussão indiana de Tabla, com Debasish Bhattacharjee (Ãndia).
A comunicação entre os participantes durante as oficinas não era tão simples. As pessoas utilizavam a lÃngua que melhor lhe servia alemão, português, espanhol, inglesa. Mas, acabavam sempre se entendendo, e teve o esforço e exercÃcio de cada um em aprender um pouco da lÃngua do outro, sobretudo, alemão x português, como haveria de ser.
Eu participei do workshop Obertonesang, que é uma técnica impressionante de (re)conhecimento de possibilidades de canto utilizando “apenas†a lÃngua. E fiz ainda o worksohop de Música Experimental onde tocamos instrumentos de grande efeito sonoro com “madeira, pedras, Luri, rombos, flautas simples, gongos, barras de ferro forjado, simples instrumentos de cordas, etc - instrumentos para a paisagem (ex: Steine, Luren, Schwirrhölzer)â€. É fundamentalmente música do tipo para meditação e exige muita imersão, abstração e improvisação. Preparamos dois concertos: 1) apresentação para o final da Semana Cultural iniciada com meditação e intercalada como o que chamaram de south america music; e, 2) fizemos uma espécie de cerimônia dentro da floresta para as pessoas que morreram naquele lugar, só com os músicos aprendizes. Fui o único brasileiro nesta oficina e o professor-maestro Andreas Delor falava pouco inglês e não entendia nada em português, mas, fui bem auxiliado pelo inglês de meus colegas.
Além das oficinas e apresentação pública do resultado destas, houve alguns shows durante a Semana de atrações como o grupo de rock Sherbet Kontrabass que toca as músicas de cunho polÃtico da antiga banda alemã Ton Steine Scherben, o grupo de inglesas Oh My Darling (www.ohmydarling.ca) que tocam country apenas com instrumentos de corda, e a Banda Tropical de Hamburgo (www.tropis-hh.net) que fez show com músicas brasileiras do forró ao samba. Nós, brasileiros, em homenagem ao perÃodo junino, apresentamos uma tÃpica quadrilha junina na abertura da Semana Cultural que envolveu pouco a pouco os alemães na dança.
O realizador do evento e intercâmbio, Jorge Grigat, que nos convidou e abrigou o nosso grupo de brasileiros, dizia que, além da possibilidade de compartilhar culturas diferentes que tem desafios sociais semelhantes, propõe uma reflexão sobre a dificuldade ainda de envolver jovens em projetos culturais como esse.
O Núcleo Pensar Filmes cobriu o intercâmbio e está preparando um documentário sobre a participação brasileira. A nossa ida para a Semana Cultural SiebenGiebelHof contou ainda com o apoio da Secretaria Estadual de Cultura da Bahia e do Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia – IRDEB.
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