Criada em 4 de setembro de 1985, a ABD Goiás vai comemorar em grande estilo os seus 21 anos de existência. De 4 a 10 de setembro, a entidade promove a Mostra ABD 21 – Curta Documentário, no Cine Goiânia Ouro, quando fará uma retrospectiva das produções realizadas por abedistas de Goiás e do Brasil, nas duas últimas décadas. Na oportunidade, a ABD Goiás presta homenagens a Eduardo Benfica, ex-presidente da entidade falecido no dia 19 de agosto último, e a José Petrillo, ex-presidente falecido no dia 21 de agosto de 2000. Na ocasião será servido um coquetel aos presentes. Além de curtas e documentários, será exibido também o longa-metragem de João Batista de Andrade “Vlado – 30 Anos Depoisâ€, no dia da Independência do Brasil. Logo após haverá um debate sobre a questão da liberdade de expressão. A mesa-redonda será formada por representantes do Sindicato dos Jornalistas, da OAB-GO, lideranças estudantis, produtores de audiovisual e da sociedade civil organizada.
JOSÉ PETRILLO
Ganhador de alguns prêmios nacionais por produções de cinema e propaganda, José Petrillo foi um batalhador pelo reconhecimento do cinema goiano em nÃvel nacional, tendo formado toda uma geração de diretores e fotógrafos de cinema. Foi pioneiro da animação em Goiás. Faleceu no dia 21 de agosto de 2000, aos 82 anos, três meses depois de ter sido homenageado no Festival Internacional de Cinema e VÃdeo Ambiental, na cidade de Goiás. Já com a saúde abalada, ele não pôde comparecer à solenidade. Natural de Ouro Preto (MG), no dia 3 de março de 1918, Petrillo veio para Goiânia em 1963, fundando aqui a Truca – Cinema Arte e Propaganda, em 1966. A Truca exerceu forte influência no cinema goiano. Em 1970, fundiu-se à Telecine de Euclides Nery, nascendo desse casamento a Makro Filmes, que se transformaria na maior produtora do Centro-Oeste na época, produzindo filmes institucionais e de ficção e documentários para cinema. Um dos primeiros filmes produzidos por José Petrillo foi “O Dia Marcadoâ€, dirigido por Iberê Cavalcanti em 1970. Três anos após, produziu “O Leão do Norteâ€, de Carlos Del Pino, rodado em Pirenópolis. Em 1974, foi responsável pela produção de “A Lenda de Ubirajaraâ€, dirigido por André Luiz de Oliveira na Ilha do Bananal, ganhador do prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Cinema do Rio de Janeiro.José Petrilo fez praticamente tudo à frente e atrás das câmeras. Dirigiu centenas de comerciais, produziu um sem número de documentários e conquistou várias premiações. O mais famoso é “Cavalhadas de Pirenópolisâ€, curta-metragem em 35mm premiado em 1978 com o Troféu Candango no 11º Festival do Cinema Brasileiro de BrasÃlia. Em 1982, Petrillo realizou “A Primitiva Arte de Tecer em Goiásâ€, curta sobre a fiandeiras do interior do Estado. Com ‘Areia, Cajazinho e Alfenim, de 1984, o cineasta fez uma homenagem ao trabalho artÃstico de Goindira do Couto, Marcillon e SÃlvia Curado. Seu último trabalho para cinema foi “Uma Pequena Viagem que virou Poemaâ€, no qual focaliza as muralhas da cidade de Paraúna e as grutas de Terra Ronca, em São Domingos. O documentário foi realizado em 1994, quando Petrillo acompanhou a expedição da antropóloga Mari Baiocchi pelas grutas que são consideradas as maiores e mais bonitas do Brasil.
BENFICA: ÃCONE DA CULTURA EM GOIÃS
Eduardo Benfica destacou-se por sua atuação no audiovisual no Estado. Foi produtor de mostras e festivais, dirigente de entidades, diretor de cinema ou júri e um dos criadores do Cineclube Centro de Cultura Cinematográfica. Foi presidente da Associação Brasileira de Documentarista, seção de Goiás (ABD-GO), entre 2000 e 2001. Era diretor do Museu Pedro Ludovico e membro da direção nacional da ABD. Ao lado do cineasta Beto Leão, dirigiu “Goiânia: Do Batismo à Modernidadeâ€, e escreveram juntos o livro "Goiás no Século do Cinema".Nascido em 28 de setembro de 1945 em Lages (RN), Eduardo Antônio de Souza Benfica veio para Goiás em 1949, onde passou a infância. Na virada dos anos 50/60, mudou-se para a capital potiguar, quando participou do movimento cineclubista no cineclube Tirol. Retornou a Goiânia em 1966, época em que foi comentarista cinematográfico no jornal O Popular. Foi um dos membros do Centro de Cultura Cinematográfica, o primeiro cineclube a ser criado na Capital. Ao lado de Beto Leão, co-dirigiu o vÃdeo “Goiânia do Batismo à Modernidade†e foi co-autor do livro “Goiás no Século do Cinemaâ€. Coordenou a Comissão de Seleção do I Festival Internacional de Cinema e VÃdeo Ambiental (Fica), em 1999, foi membro do Júri Oficial do II Fica (2000) e do Júri da OCIC e da Unesco no III Fica (2001). Esteve à frente das mostras de cinema no III, IV e V Fórum Goiano sobre Cultura (promovido pela Assembléia Legislativa) e foi jurado do XII Festival de Cinema de Natal, em 2001. Presidiu a Associação Brasileira de Documentaristas - seção Goiás (ABD-GO) 2000 e 2001 e integrou a diretoria nacional da ABD.
DEBATE SOBRE LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Atenta a esse debate nacional, a ABD Goiás vai realizar uma ampla discussão sobre a questão da liberdade de expressão no próximo dia 7 de setembro, com representantes do Sindicato dos Jornalistas, da OAB-GO, lideranças estudantis, produtores de audiovisual e da sociedade civil em geral. Para estimular o debate no dia da Independência do Brasil, será exibido antes o longa-metragem de João Batista de Andrade “Vlado – 30 Anos Depoisâ€. Longe de ser panfletário, o documentário faz um registro emocionado de um homem que representou muito não só para a imprensa brasileira – foi diretor de jornalismo de TV Cultura, editor de cultura da revista Visão, entre outros trabalhos –, como também para o fim da ditadura militar no Brasil. Herzog foi morto em 25 de outubro de 1975, após ser violentamente torturado no DOI-CODI (órgão da repressão polÃtica do regime militar). A versão oficial sustentava que Vlado, como era chamado pelos amigos, se suicidou – o que não é verdade, conforme foi provado anos depois. Embora existam algumas imagens de arquivo ilustrando a época e os acontecimentos, “Vlado - 30 Anos Depois†encontra a sua força no depoimento de diversas personalidades que foram amigas do jornalista, além da viúva Clarice Herzog. São sempre depoimentos emocionados de pessoas que sentiram na pele os horrores de lutar para livrar o PaÃs da ditadura.
Eu acho que deve ser publicada definitivamente
Beto Leão · Aparecida de Goiânia, GO 3/9/2006 12:08Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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